O significado de ser hipertenso a partir da experiência de usuários acompanhados pela Estratégia de Saúde da Família
DOI:
https://doi.org/10.56102/afmo.2024.308Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Doenças crônicas, Estratégia de Saúde da Família, Hipertensão Arterial SistêmicaResumo
Objetivo: Compreender o significado de ser hipertenso a partir do sentido dado pelos pacientes ao diagnóstico e tratamento para hipertensão arterial sistêmica. Métodos: Estudo de abordagem qualitativa, realizado com 12 hipertensos, acompanhados por uma equipe de Saúde da Família. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista com questões norteadoras direcionadas para o objetivo do estudo. As entrevistas foram gravadas, transcritas e submetidas à análise de conteúdo na modalidade temática. Resultados: Os participantes do estudo eram, na maioria, do sexo feminino, entre 40 e 60 anos de idade, casados, com renda de até um salário mínimo e com até oito anos de estudo. Na análise temática das entrevistas, foram identificados como eixos principais a experiência de ser hipertenso e acolhimento e atenção à saúde. Foi notório que os participantes não sabiam ao certo o significado de ser portador de hipertensão arterial sistêmica, assim como suas consequências e gravidade. Eles acreditavam que mudanças na rotina após o diagnóstico atreladas à alimentação saudável tinham influência na minimização dos sintomas. Foi identificado que o acolhimento contribui para a organização do processo de cuidado a partir da identificação das necessidades do paciente, por meio do envolvimento da equipe de saúde, usuários e familiares. Conclusão: O estudo evidenciou que a percepção dos usuários sobre a experiência de ser hipertenso está relacionada à falta de conhecimento sobre a doença e suas formas de tratamento, sendo importantes fortelecer o acolhimento nas Unidades Básicas de Saúde e desenvolver ações de promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida dessa população.
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